apanhou o envelope e na sua letra cuidadosa subscritou a si mesmo:
Narciso, Rua treze, n°21
Pasou a cola nas bordas do papel, mergulhou o envelope e fechou-se.
Horas mais tarde a empregada colocou-o no correio.Um dia depois
sentiu-se na mala do carteiro. Diante de uma casa, percebeu que o funcionário
tinha parado indeciso, consultara o envelope e prosseguira.Voltou ao
DCT, foi colocado na prateleira.Dias depois, um novo carteiro procurou
seu endereço.Não achou, devia ter saído algo errado.
A carta voultou à prateleira,no meio de muitas outras, amareladas, empoeiradas,
Sentiu, então, com terror, que a carta se extraviara.E Narciso nunca mais encontrou a si mesmo.
Ignácio de Loyola Brandão
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